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sábado, 26 de janeiro de 2013

LINCOLN

Lincoln/EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Steven Spielberg

Sinopse: Baseado no livro “Team of Rivals: The Genius of Abraham Lincoln”, de Doris Kearns Goodwin, o filme se passa durante a Guerra Civil norte-americana, que acabou com a vitória do Norte. Ao mesmo tempo em que se preocupava com o conflito, o o 16º presidente norte-americano, Abraham Lincoln (Daniel Day-Lewis), travava uma batalha ainda mais difícil em Washington. Ao lado de seus colegas de partido, ele tentava passar uma emenda à Constituição dos Estados Unidos que acabava com a escravidão.


Abraham Lincoln foi o 16º presidente dos Estados Unidos e um dos maiores ícones que o país já teve. Tomou posse em março de 1861 e despertou a ira de muitos democratas e estados sulistas gerando em seu governo a eclosão da Guerra Civil Americana. Como um líder nato, Lincoln enfrentou a crise de frente tomando medidas para enfraquecer o Sul, como por exemplo: o fechamento dos portos sulistas e o aumento, acima do permitido pela lei, do seu exército. A guerra durou 4 anos (1861-1865) com saldo de mais ou menos 600 mil mortes. 

O filme de Steven Spielberg não foca na vida em si de Abrahan Lincoln nem nos seus primeiros anos de governo. O interesse do diretor e do roteirista Tony Kushner (que escreveu os ótimos “Angels in América” e “Munique”, este último também de Spielberg) é justamente focar nos últimos meses do president (que foi assassinato em 1865) focando em sua luta pela aprovação da 13ª emenda onde tornaria livre todos os escravos do país tornando lei que todo ato de escravidão e trabalhos forçados seria considerado crime, salvo apenas como punição de um crime que a pessoa possa ter cometido.


Comedido como geralmente não é, Spielberg cria um filme político, mostrando os bastidores desta e os inúmeros jogos de interesse envolvendo rivais democratas e republicanos. Juntamente com isso, Spielberg também mescla o lado família do presidente, mostrando seu meio distante, mas carinhoso lado paterno, assim como sua relação com a esposa, uma mulher temperamental e com gênio forte. 

Podemos ver nas feições de Lincoln, em sua postura e em seu andar lento e cansado o quão difícil foram os seus anos de mandado. O Abraham Lincoln que vemos neste “Lincoln” está desgastado, segurando nas costas não só o peso de uma nação como também o da própria família, principalmente com a questão do filho mais velho cujo maior desejo é lutar na guerra sendo que anos antes ele já havia perdido outro filho nela. 


“Lincoln” é um filme discursivo, com muitos diálogos e que necessita de paciência e disposição. Temos sim os momentos emotivos que Spielberg sabe fazer muito bem, e que aqui, controla a mão mantendo consistente o ritmo do filme e tais momentos nunca soam exagerados ou forçados. Pelo contrário, tais cenas conseguem não só pela sutileza da direção, mas também pela competência dos atores e da trilha sonora de John Williams ser bem tocante. E nas partes de trama política, “Lincoln” prende a nossa atenção gerando interesse e um envolvimento bem empolgante, não só pela busca da aprovação da 13ª emenda como também pelas próprias histórias contadas pelo presidente. Principalmente quando Spielberg injeta pequenas doses de humor em algumas resoluções, realizando um filme de tribunal bastante competente. Mas claro, gostar de política, ou ao menos de história ajudam bastante no envolvimento para com a obra. 

Além de todas essas qualidades notáveis, o elenco é outro fator sensacional. Daniel Day-Lewis interpreta um Lincoln tão calmo, tão pensativo e tão “Presidente”, mas ao mesmo tempo tão farto, cansado e triste onde não é preciso de cenas dramáticas para perceber tal detalhe, apenas no olhar, na textura da pele, no andar e no próprio falar já percebemos tudo isso. E Day-Lewis interpreta magistralmente esse papel sendo de longe o favorito ao Oscar de Melhor Ator e vai levar sem dúvida! Será o seu terceiro prêmio e todos como ator principal. O único ator a conseguir tal feito até hoje. Nem Jack Nicholson! 


Sally Field oferece uma imponência, mas ao mesmo tempo uma humanidade a esposa do presidente onde apenas uma determinada cena da atriz já faz valer sua presença ali. Joseph Gordon Levitt interpreta o filho mais velho do presidente com o frescor e competência com quem vem mostrando cada vez mais em Hollywood, e junto com Day-Lewis consegue não ser ofuscado. De mesmo modo Tommy Lee Jones está excelente e todos os demais atores como Jackie Earle Harley, James Spader, Jared Harris, Lee Pace e John Hawks ajudam mais ainda nesse formidável e talentoso elenco. 

A produção é outro detalhe que nem se fala. Apaixonei-me pela estupenda fotografia de Janusz Kaminski, colaborador assíduo de Spielberg que já ganhou dois Oscar, um por “A Lista de Schindler” e outro por “O Resgate do Soldado Ryan”, e aqui não só faz um belo jogo de luzes, sendo grande parte dos cenários iluminados pela luz do sol vinda da janela ou por velas acesas, a silhueta do presidente diante da claridade é nada menos que soberba. 


Gostei também da trilha sonora de John Williams, que assim como o diretor, está contido e equilibrado criando a música certa não só para os momentos mais patrióticos como também para aqueles mais sensíveis, apostando no som sutil e delicado do piano. 

Enfim, não considero “Lincoln” uma biografia. Biografia é quando você faz um relato inteiro da vida de uma pessoa, como o filme “Gandhi” por exemplo. Aqui, nós temos o relato de um determinado momento na vida de um líder, um momento decisivo cujas ações mudaram para sempre a história de um país e o foco é este.


E não vejo problema de no final Spielberg buscar levar o público às lagrimas, pois ainda que breve, a passagem da morte do presidente é tocante e sob medida. Afinal, cinema não é isso? Filme seco também ninguém aguenta! 

Portanto, “Lincoln” é um dos melhores de Spielberg e vale a pena assistir sem dúvida alguma. Uma obra prima de diálogos estupendos, atuações soberbas e uma produção impecável. Parabéns Steven!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

JOÃO E MARIA - CAÇADORES DE BRUXAS (3D)

Hansel and Gratel: Witch Hunters 3D/EUA
Ano: 2013 - Dirigido por: Tommy Wirkhola

Sinopse: Os jovens João e Maria foram abandonados pelos pais na sombria floresta e acabam indo parar na casa de uma malvada bruxa. Mas o que parecia ser o fim acabou se tornando o começo de uma vida cheia de aventuras, uma vez que eles eliminaram a malvada e viraram verdadeiros exterminadores de criaturas do mal. Após o desaparecimento de várias crianças, os dois já adultos (Jeremy Renner e Gemma Arterton) são contratados pelas autoridades locais para desvendar o mistério. Só que eles não imaginavam que essa nova missão iria colocá-los diante da terrível Bruxa Negra (Famke Janssen), pronta para destruir não só a reputação de excelentes caçadores de bruxas, mas também as suas vidas.


Não sei o que está acontecendo comigo neste inicio de ano pois venho gostando de todos os filmes, exceto o novo do Nicolas Cage (O Resgate) que até agora é o pior do ano. Porém, esta versão moderna do conto de fadas de João e Maria dentre todas as adaptações que tivemos de histórias clássicas considero o melhor até agora. Não que isso quer dizer alguma coisa, mas este “João e Maria – Caçadores de Bruxas” ao menos tem muita ação, violência e sanguinolência e consegue ser bem mais eficiente que, por exemplo, “Branca de Neve e o Caçador”. 

Se não tivéssemos o nome de João e Maria o filme não mudaria em nada, pois a história clássica só é usada no começo e depois não faz a mínima diferença, pois o filme vira de fato uma perseguição às bruxas com muita violência e sangue jorrando na tela, e ter João e Maria como protagonistas serve apenas para oferecer um charme de dizer que esta “é a versão moderna do conto”. 


Dirigido por um tal de Tommy Wirkhola, que dirigiu um filme também bem violento e caricato chamado “Zumbis na Neve”, Wirkhola faz aqui o que é proposto desde o inicio. Comanda bem a ação, o ritmo segue constante, a violência é presente, o sangue não é refreado e as bruxas estão bem assustadoras. Ao menos não deixa cair no cansativo como o já citado “Branca de Neve e o Caçador” faz. 

Mas “João e Maria – Caçadores de Bruxas” sofre de um problema grave e perceptível que em certos momentos atrapalha. Preocupado mais com toda a ação e violência o diretor Tommy Wirkhola, que também escreveu o roteiro, deixa transparecer certos furos na história e algumas situações bobas. Por exemplo: Se as tais bruxas do filme estão capturando crianças para o tal ritual da Lua de Sangue onde elas ficarão mais fortes do que nunca ou algo do tipo que é passado ligeiramente para o público, não entendo o porquê de deixar soltos João e Maria sendo que estes estão matando as bruxas durante o filme inteiro! Aquela coisinha irritante em alguns filmes onde o vilão tem inúmeras oportunidades para matar o mocinho (os mocinhos aqui), mas por algum motivo ainda não é hora. Aí depois esses mesmos mocinhos trucidam os vilões no final! Vai entender... 


E geralmente esses filmes tendem a seguir uma fórmula, formula esta que sempre traz na história alguns personagens totalmente irrelevantes. Aqui, não temos só o menino que é fã do trabalho de João e Maria e sonha em ser caçador de bruxas quando crescer, mas também é preciso colocar um arco romântico, com isso, temos uma personagem que se apaixona por João. Mas até ai tudo bem, já que o romance nunca se torna o foco do filme e nem é muito explorado, porém, quando essa mesma senhorita apresenta-se ser algo relevante para o filme, ela não faz praticamente nada mostrando que está ali apenas para ocupar espaço. 

Estrelado pela linda Gemma Artenton, que foi a mocinha em “Príncipe da Pérsia”, e por Jeremy Renner, o astro do momento que está em todas, a dupla não compromete e diverte bem. Renner usa o seu habitual já mostrado em “Missão Impossível: Protocolo Fantasma” e em “Os Vingadores”, mas aqui, tem o filme todo para si e aproveita bem isso. 


Apesar de todos os contras que “João e Maria – Caçadores de Bruxas 3D” possui e que causa um incomodo e tanto, ao término do filme estava satisfeito. Não é um grande filme, mas gostei da estilização dada à história de João e Maria e o 3D não é grande coisa servindo como justificativa para jogar as coisas no público. 

Enfim, nada demais, apenas um bom divertimento.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

CASA DE MI PADRE

Casa de Mi Padre/EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Matt Piedmont

Sinopse: Para salvar o rancho de seu pai, os irmãos Alvarez se envolvem em um guerra com o mais temido traficante de drogas do México.


Diferente de Jim Carrey, Ben Stiller e Adam Sandler, Will Farrell nunca caiu no gosto do público brasileiro. Nos EUA o ator é um dos mais prestigiados comediantes do país. Quando lá os seus filmes fazem sucesso nos cinemas, aqui são lançados diretamente para DVD. E não consigo entender o motivo já que Farrell possui uma cara de idiota perfeita, encaixando-se bem em papeis ridículos, forçados e caricatos. 

Surpreendentemente confesso que me diverti com este “Casa De Mi Padre” que passou longe dos nossos cinemas. O filme é falado todo em espanhol, se passa no México e Farrell interpreta um fazendeiro mexicano que se apaixona pela noiva do irmão que retorna para casa como traficante. 


Em todos os seus 90 minutos “Casa De Mi Padre” mostra-se como uma sátira aos novelões mexicanos e ao próprio Estados Unidos. Tudo ali é caricato e estereotipado. Desde os cenários ridiculamente mal construídos, aonde se percebe que a paisagem ao fundo é na realidade uma pintura e que os atores estão no estúdio, passando por personagens estereotipados como os policias americanos, os traficantes e os fazendeiros mexicanos. Inclusive esses estereótipos é justamente o principal detalhe do filme, pois são neles que se concentra toda a sátira. Temos um momento onde o personagem de Farrell está conversando com um policial americano e o policial fala: “Nem todos os americanos são maus!”, e Farrell responde: “Nem todos os mexicanos são traficantes!”

Os momentos de ação também são de mesmo modo super divertidos. Tanto a cena do casamento à lá Tarantino quanto o final acabam sendo engraçados não só pela construção mal feita da cena mas também por vermos Will Farrell de mexicano matando todo mundo. Se inúmeros atiradores não conseguem acertar Farrell que vai andando na direção deles normalmente, ele sozinho acaba com todos eles! 


Portanto, são esses exageros que me divertiram em “Casa de Mi Padre”. O tom caricato que mais lembra um quadro do programa “Saturday Night Live” é o que fazem do filme uma comédia ridiculamente divertida. Uma chanchada a lá mexicana que brinca de ser Tarantino, de ser faroeste e, acima de tudo, de ser uma comédia. E Will Farrell se encaixa muito bem, onde só no abrir a boca para falar espanhol já faz valer o filme.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O RESGATE

Stolen/EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Simon West

Sinopse: Will Montgomery (Nicolas Cage) acaba de sair da prisão após ter cumprido pena por roubar 10 milhões de dólares. Ele decide celebrar sua liberdade com a filha, que não vê há oito anos. Mas seu antigo parceiro no crime (Josh Lucas), dado como morto por todos, reaparece e sequestra a garota, colocando-a no porta-malas de seu carro. Ele deseja justamente recuperar os 10 milhões que acredita ainda estar com Will. Tendo perdido todo esse dinheiro, Will tem que roubar um banco para conseguir a soma exigida, enquanto o detetive que o prendeu (Danny Huston) torna a buscá-lo.


Falar dos filmes de Nicolas Cage hoje em dia já está ficando uma tarefa melancólica. Um ator que já protagonizou filmes tão bons no passado hoje em dia caiu numa fase aonde vêm fazendo qualquer coisa que colocam em sua frente. Não sei se é para pagar sua alta dívida com o governo americano, ou se realmente ele não recebe propostas boas porque olhando seus últimos trabalhos o melhor foi “Kick Ass” onde nem principal era. Se bem que confesso que gostei de “Presságio”, dentre os últimos com Cage estrelando é o único que vale realmente a pena. 

Portanto, serei bem sucinto sobre este “O Resgate” porque é um filme que não têm muito o que ficar falando. Cage está atuando no habitual piloto automático abusando com gosto de suas caras e bocas numa trama bastante comum que foi bem usada, por exemplo, no “Busca Implacável” de 2005 com Liam Neeson. A velha história do pai que precisa fazer de tudo para salvar sua filha que foi sequestrada. 


Filmes assim eu vou assistir sem exigir muito da história, primeiro porque já sabemos tudo que irá acontecer do inicio ao fim, então, o mínimo que posso requerer é uma ação competente, bem realizada e situações que ao menos crie uma imprevisibilidade na história, ainda que termine do jeito que já sabemos. Claro que se surpreender é algo sempre bom. 

O filme é dirigido por Simon West, que é um sujeito competente para filmes de ação testosterona. Para você ter uma ideia foi ele quem dirigiu o empolgante “Con Air – Rota de Fuga” e recentemente “Os Mercenários 2”, portanto, é um diretor que mistura bem a ação com o humor criando algo envolvente e que seja empolgante. Porém, aqui neste “O Resgate” West parece cansado e não consegue criar em nenhum momento uma cena que faça valer o ingresso. A ação não empolga, o vilão é ridículo e Cage, mais uma vez, está sem graça e desinteressante. 


Talvez West retorne para dirigir “Os Mercenários 3” e um dos cotados para ingressar no time é o próprio Nicolas Cage. Vamos ver se no grupo de Stallone, Cage consegue fazer algo ao menos divertido e melhor do que vêm fazendo em suas bombas recentes como: “Perigo em Bangkok”, “Caça às Bruxas”, “Motoqueiro Fantasma 1 e 2”, “Aprendiz de Feiticeiro” e “Reféns”. Milagres acontecem...

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

MAGIC MIKE

Magic Mike/EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Steven Soderbergh

Sinopse: Mike (Channing Tatum) é um experiente stripper, que está ensinando a um jovem a arte de seduzir as mulheres em um palco, de forma a conseguir delas o máximo possível de benefícios. Ao mesmo tempo que em passa seus conhecimentos para Adam (Alex Pettyfer), começa a se interessar pela a irmã dele, Brooke (Cody Horn). Com o tempo, Adam vai se mostrando cada vez mais confiante e deixa o dinheiro fácil subir na cabeça. Começa a lidar com drogas e a ignorar as pessoas próximas, mas ainda assim contará com a apoio de Mike e Brooke. Dirigido por Steven Soderbergh (Traffic), o longa conta ainda com Matthew McConaughey, Joe Manganiello e Olivia Munn no elenco.


Steven Soderbergh geralmente é um diretor bastante competente, responsável por filmes memoráveis como “Eric Brokovich – Uma Mulher de Talento”, “Onze Homens e Um Segredo” e “Traffic”, e outros simplesmente descartáveis como o horrível “Confissões de Uma Garota de Programa”. Com este “Magic Mike” o diretor embarca mais uma vez no drama em um filme cuja história é baseada na vida de Channing Tatum, que antes de ser ator era stripper e usava o dinheiro para pagar as aulas de atuação. 

Channing Tatum começou em Hollywood um tanto quanto tarde, com 32 anos o ator foi modelo antes e iniciou no cinema com participações em filmes como “Havoc”, “Coach Carter”, “Supercross”, “Set Up” e alguns outros. Seu primeiro papel principal foi em “Ela É O Cara” (2006) e ganhou status de galã e vêm investindo nessa imagem, estrelando romances como “Querido John” e “Para Sempre”. Ultimamente o ator se mostrou interessante e divertido no ótimo “Anjos da Lei” e agora com este “Magic Mike” Tatum têm a oportunidade de mostrar de fato o seu talento para drama e felizmente convence mostrando certa maturidade que nunca antes vi nos demais filmes do ator. 


Aqui, Steven Soderbergh não se perde na história e não cria um distanciamento com o público como foi lá em “Confissões de Uma Garota de Programa” e nos envolve nesse ambiente do mundo do dinheiro fácil que é o strip e mostra como isso pode afetar as mentes mais fracas. O personagem mais problemático do filme não é nem o de Tatum, mas sim o de Alex Pettyfer que entra nesse mundo levado por Mike (Tatum) e tendo apenas 19 anos começa a se envolver com drogas e a se afundar cada vez mais nesse mundo. 

A história pode cansar em alguns momentos por não termos nenhum acontecimento marcante ou impactante, têm momentos onde começamos a pensar se vamos ter alguma reviravolta ou não, já que demora a tomar ritmo o filme. 


Portanto, ainda que as atuações estejam boas e a abordagem dos bastidores do strip-tease seja interessante, "Magic Mike" é muito lento e pouco envolvente. E não precisava mostrar tantas apresentações de strip, já que a grande maioria pouco acrescenta a história. Enfim, têm as suas qualidades  mas como um todo é descartável.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

AMOR

Amour/ÁUSTRIA
Ano: 2012 - Dirigido por: Michael Haneke

Sinopse: Georges (Jean-Louis Trintignant) e Anne (Emmanuelle Riva) são um casal de aposentados, que costumava dar aulas de música. Eles têm uma filha musicista que vive com a família em um país estrangeiro. Certo dia, Anne sofre um derrame e fica com um lado do corpo paralisado. O casal de idosos passa por graves obstáculos, que colocarão o seu amor em teste.


Este “Amor”, ou preferindo o original “Amour”, foi a grande surpresa das indicações ao Oscar deste ano. Recebendo a já esperada indicação a Melhor Filme Estrangeiro, o longa também recebeu indicações importantíssimas a Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Atriz e Roteiro Original, mostrando a força do diretor Michael Haneke no prêmio. 

O novo longa do diretor Michael Haneke, cuja crueza é comum em seus trabalhos, talvez seja o seu filme mais intimista e humano de toda a sua carreira. Haneke já realizou thrillers psicológicos como os dois “Violência Gratuita”, “Chaché” e o mais recente “A Fita Branca”, filmes onde busca nas situações apresentadas avaliar determinados comportamentos trazendo a tona dualidades e o caráter violento do ser humano, e dentre outras questões. 


No entanto, neste “Amor” Haneke lida com algo completamente diferente. Aqui, nos temos um casal de senhores vivendo sua vida normalmente quando a esposa sofre o primeiro AVC ficando com um lado do corpo paralisado, mudando assim toda a rotina do casal. Não conseguindo raciocinar como antes, e com o agravamento da doença, e não podendo fazer praticamente nada, Anne (Emmanuelle Riva) torna-se totalmente dependente do marido Georges (Jean-Lois Trintignant), cuja rotina será auxiliar a esposa com os tratamentos dentro de casa. 

Assim como diz o próprio título, “Amor” busca explorar aquilo que existe de mais forte na vida do casal. Aquilo que os mantém juntos diariamente principalmente depois de todo o ocorrido, nos fazendo pensar e refletir sobre o que é a expressão “verdadeiro amor”. Quem já passou por uma situação como a mostrada no filme, seja com algum familiar ou acima de tudo com o companheiro(a) irá se identificar mais ainda. O filme é uma aula de companheirismo, força, e claro, amor. 


Porém, essa abordagem humana não muito habitual no cinema de Haneke também não torna o longa menos impactante. Com um final surpreendente e emocionante, Haneke não adentra no tom romântico ou meloso do drama mostrado. Permanece o tempo inteiro cru, com longos planos e criando minuto após minuto essa melancolia da perda e da dor de ver a pessoa amada sofrer a cada dia mais. 

Indicada a Palma de Ouro em Cannes e esnobada em todos os prêmios norte-americanos, exceto pelo principal deles, o Oscar reconheceu a interpretação de Emanuelle Riva que está realmente um estrondo e é agora a favorita para ganhar a estatueta. Juntamente com o também formidável Jean-Lois Trintignant, o casal dá um show de química, emoção e sutilezas que fazem de “Amor” um filme apaixonante. 


Portanto, é mais do que merecido todo o sucesso de Michael Haneke com este “Amor”. Considero o seu melhor trabalho. Lidando com um tema muito decorrente na vida do ser humano, o filme é sensível quando tem que ser e um soco no estômago quando necessário. Sem dúvida, já é pra mim um dos melhores deste ano.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

sábado, 19 de janeiro de 2013

DJANGO LIVRE

Django Unchained/EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Quentin Tarantino

Sinopse: Django (Jamie Foxx) é um escravo liberto cujo passado brutal com seus antigos proprietários leva-o ao encontro do caçador de recompensas alemão Dr. King Schultz (Christoph Waltz). Schultz está em busca dos irmãos assassinos Brittle, e somente Django pode levá-lo a eles. O pouco ortodoxo Schultz compra Django com a promessa de libertá-lo quando tiver capturado os irmãos Brittle, vivos ou mortos. 

Ao realizar seu plano, Schultz libera Django, embora os dois homens decidam continuar juntos. Desta vez, Schultz busca os criminosos mais perigosos do sul dos Estados Unidos com a ajuda de Django. Dotado de um notável talento de caçador, Django tem como objetivo principal encontrar e resgatar Broomhilda (Kerry Washington), sua esposa, que ele não vê desde que ela foi adquirida por outros proprietários, há muitos anos. 

A busca de Django e Schultz leva-os a Calvin Candie (Leonardo DiCaprio), o dono de "Candyland", uma plantação famosa pelo treinador Ace Woody, que treina os escravos locais para a luta. Ao explorarem o local com identidades falsas, Django e Schultz chamam a atenção de Stephen (Samuel L. Jackson), o escravo de confiança de Candie. Os movimentos dos dois começam a ser traçados, e logo uma perigosa organização fecha o cerco em torno de ambos. Para Django e Schultz conseguirem escapar com Broomhilda, eles terão que escolher entre independência e solidariedade, sacrifício e sobrevivência.


De uma maneira ou de outra o faroeste sempre foi uma inspiração para Quentin Tarantino e podemos notar isso ao longo de seus filmes. Sempre com uma referência, um modo de filmar, uma música, algum detalhe onde aproveita para mostrar a sua paixão pelo gênero. Vejo muito isso nos dois “Kill Bill” e em seu trabalho anterior “Bastardos Inglórios”. Agora, chega o grande momento de o diretor lançar o seu próprio western, misturado com o seu icônico estilo de fazer cinema. 

“Django Livre” é uma grande homenagem aos clássicos filmes de velho oeste, principalmente a de mestres e pioneiros do gênero como John Ford, Howard Hanks, Sergio Corbucci (que dirigiu o Django original em 1966 estrelado por Frank Nero) e Sergio Leone, este último responsável pelo reconhecimento do western chamado Spaguetti, que foi uma maneira do cinema europeu de faturar em cima dos faroestes americanos que não estavam no auge na época. Produzidos pela Itália, nos filmes participavam atores de várias nacionalidades, tanto que um dos personagens mais icônicos desse cinema foi Clint Eastwood nas obras de Leone como: “Por Uns Dólares A Mais” e “Três Homens e Um Conflito”. 


Em “Django” temos toda a linguagem já bem conhecida de Tarantino, que assina também o roteiro. Sem dúvida é um dos melhores diretores hoje na construção de diálogos, onde em nenhum momento soam cansativos e arrastados, conseguindo prender fixamente a nossa atenção até quando o assunto é irrelevante para a história. Com isso, Tarantino cria um faroeste Spaguetti à moda Tarantino. 

Ainda que deslizando na construção dos personagens, deixando de criar um laço mais afetivo entre o público e a história do mesmo, não só aqui, mas em seus demais filmes onde o melhor acaba sendo a violência e os diálogos em si, Tarantino se sobressai justamente nesse detalhe de prender a nossa atenção criando expectativa do que pode vir a acontecer em seguida. Nunca sabemos! Sabemos que vai rolar sangue, mas nunca como, com quem e em qual momento. E juntamente com o seu dinamismo nas falas, cada gesto dos atores, cada olhar e cada palavra mencionada é um motivo para se ficar mais apreensivo ainda. 


E como o cinema é uma ferramenta que possibilita viver o impossível e os sonhos guardados no interior de cada um, Tarantino aproveita para viver esses sonhos. Se em “Bastardos Inglórios” ele fez os judeus assassinarem Adolf Hitler e todo o auto escalão nazista dentro de um cinema, em “Django” temos a vingança do escravo negro sobre os brancos. Django é a imagem da abolição, a expressão dos sentimentos dos escravos na época, mas claro, à moda Tarantino. 

Outro detalhe bem conhecido em Tarantino é a escolha dos atores perfeitos para os personagens perfeitos. Sempre quando um ator trabalha com Tarantino, pode-se esperar uma atuação totalmente diferente do habitual. Um exemplo claro disso é Leonardo DiCaprio que faz o vilão do filme. DiCaprio está excelente! Sempre com uma sutileza que gera a cada instante uma enorme imprevisibilidade, o ator dá um show criando um vilão não diria ameaçador, mas imprevisível em seus atos gerando uma tensão angustiante.. 


A dupla protagonista encabeçada por Jamie Foxx, que faz o escravo Django, e Christoph Waltz no papel do caçador de recompensas Dr. King Schltz que liberta Django e o faz seu parceiro, é digno de todos os elogios. Os dois atores possuem uma ótima química juntos e em muitos momentos Watlz rouba o filme todo para si, parecendo que ele é o próprio protagonista e não Foxx. 

Portanto, “Django Livre” é um filme imperdível, onde não só possui excelentes personagens e diálogos, como também uma produção impecável. Tarantino sabe revitalizar a seu modo qualquer assunto, seja ele guerra ou faroeste. Só não entendo o porquê de tantas polêmicas envolvendo a violência do filme, nada que não tenhamos visto em outros trabalhos do diretor e mais ainda em outros filmes que possuem uma violência bem maior e mais explicita que aqui, a exemplo o recente “Dredd” e “Kick Ass” onde temos uma menina de 12 anos matando um monte de gente. Pobre Tarantino... 


Continua sendo o meu favorito do diretor o fenomenal “Bastardos Inglórios”, mas “Django Livre” é sem dúvida a sua mais nova obra prima. Um filme para se assistir inúmeras vezes! Mais que recomendado!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

O ÚLTIMO DESAFIO

The Last Stand/EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Kin Jeen-woon

Sinopse: Após cair em desgraça em Los Angeles devido a uma operação fracassada, Ray Owens (Arnold Schwarzenegger) parte para o interior e assume a posição de xerife em uma pequena cidade na fronteira dos Estados Unidos com o México. O que ele não esperava era que um poderoso chefão das drogas, que escapou recentemente da prisão, quisesse cruzar a fronteira exatamente na cidade onde trabalha. Para enfrentá-lo Ray precisa reunir todo o pessoal que tem à disposição.


He´s back! He´s back! 

Arnold Schwarzenegger, nosso eterno Exterminador, está de volta como protagonista depois de nove anos sem atuar em um filme. Seu retorno deu-se na verdade em “Os Mercenários 2”, mas ali ele dividia o bolo com outros grandes nomes, mas neste “O Último Desafio” Schwarzenegger tem o filme todo para si, e mesmo com a idade batendo às portas, o ator continua carismático e bombástico como em seus tempos áureos. 

Dirigido por Kim Jeen-woon, um diretor sul coreano que não conhecia e fez um filme chamado “Os Invencíveis”, este aqui é o seu primeiro trabalho em Hollywood e logo de cara já pega a responsabilidade de trazer de volta um ícone do cinema de ação em seus 65 anos de idade. E como é comum no cinema oriental, Jeen-woon sabe filmar a ação captando bem a emoção do instante e cria sequencias bem realizadas, misturando muito bem o humor através de personagens que servem como alivio cômico, como o de Johnny Knoxville e Luiz Guzman. 


O começo de “O Último Desafio” pode parecer um tanto quanto lento, e não nego isso. De fato o inicio do filme começa sem muita empolgação focando pouco no xerife interpretado por Schwarzenegger e focando numa trama paralela que, obviamente, se fundirá nos caminhos do protagonista. Não que seja ruim, mas criou aquela sensação dentro de mim que o filme não era de fato de Schwarzenegger e o ator estaria apenas trazendo consigo a nostalgia, nada a mais. Ledo engano! Schwarzenegger mostra o porquê de ser um dos principais astros do gênero nos instantes finais do filme, onde Jeen-woon além de mostra-lo destruindo com uma arma na mão, ainda temos uma envolvente disputa de carro entre ele e o vilão no meio de um milharal e uma empolgante luta corpo a corpo também entre os dois. 

A história em si preocupa-se focar muito pouco nos personagens. Até mesmo na do próprio protagonista. Tirando Schwarzenegger e o vilão, de personagens relevantes não temos nenhum, os demais servem somente para tapar buracos sendo usados ou para alivio cômico ou para trazer uma solução num momento crítico. O papel de Rodrigo Santoro é um exemplo disso. Porém, ninguém atrapalha e tal detalhe acaba passando sem grande importância. 


Portanto, “O Último Desafio” acaba tendo um resultado bem gostoso de assistir, trazendo um deleite que é ver nosso querido Exterminador de volta a ação, numa fita divertida e empolgante. Gostei!

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

OS INFRATORES

Lawless/EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: John HillcoaT

Sinopse: Na década de 30, em plena Lei Seca, os irmãos Bondurant ganham a vida vendendo bebidas alcóolicas ilegalmente. O líder do trio é Forrest (Tom Hardy), que tem fama de invencível. Howard (Jason Clarke) é seu braço direito, enquanto que o caçula Jack (Shia LaBeouf) ainda precisa provar seu valor. Apesar dos problemas ocasionais com a polícia, o negócio deles vai bem. Só que Charlie Rakes (Guy Pearce), um policial enviado de Chicago, está disposto a usar todos os meios possíveis para capturar os irmãos.


O trailer de “Os Infratores” considero um dos mais empolgantes lançados em 2012. É aquele trailer que você coloca como obrigação assistir a tal filme. E depois, fica sendo aquele tipo de trailer que empolga mais que todo o filme em si. 

Dirigido por John Hillcoat, que fez o excelente “A Estrada”, “Os Infratores” peca pela falta de ritmo na condução da história, que em muitos momentos é bastante arrastada dando a impressão de enrolação apenas para se ter uma metragem decente para um filme. E também, por não trazer nada de interessante e novo em comparação com outros filmes que se passam durante a Lei Seca e aborda o tráfico de bebidas, conflitos envolvendo os bandidos e policiais e etc, algo feito com exímio nos últimos anos pela série “Boardwalk Empire”, por exemplo. Mas aqui, não temos essa diferenciação, esse algo a mais, então, o filme acaba soando mais do mesmo. Não é ruim, mas também não é aquilo que divulgou ser.


E olha que elenco que temos em “Os Infratores”! Atores como Tom Hardy (Batman – O Cavaleiro das Trevas Ressurge), Gary Oldman (O Espião Que Sabia Demais), Jessica Chanstain (A Hora Mais Escura), Guy Pearce (Amnésia), Mia Wasikowska (Alice no País das Maravilhas) e Shia LaBeouf (A trilogia Tranformers) são desperdiçados em personagens explorados superficialmente, onde nem todo o desejo do protagonista (interpretado por LaBeouf) de fazer a diferença no ramo consegue ser envolvente.

De suma, a produção é impecável. O figurino, a fotografia e os poucos momentos de ação são eficientes e tensos valendo por todo o filme. Como disse no inicio: é um filme normal, sem grandes cenas ou uma grande história, mas que é assistível. O que me deixa triste é que Hillcoat poderia ter feito algo bem melhor do que isso apresentado aqui.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

O DITADOR

The Dictador/EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Larry Charles

Sinopse: A heróica história do General Aladeen (Sacha Baron Cohen), ditador da República de Wadiya, localizada no norte da África. Ele dedica sua vida inteira a garantir que a democracia jamais chegue ao seu país, enquanto ergue estátuas em sua homenagem e cria seus próprios Jogos Olímpicos. Quando a comunidade internacional suspeita que Wadiya está construindo uma arma nuclear, ele é intimado a se explicar na sede da Organização das Nações Unidas, nos Estados Unidos. Mas seu encontro com a democracia americana não se passa exatamente como ele esperava...


Que o humor de Sacha Baron Cohen é polêmico isso ninguém tem dúvida. Este “O Ditador” é um doce em comparação com suas obras anteriores intituladas “Borat” e “Bruno”, e, usando o mesmo ocorrido nesses dos outros filmes, aqui também temos o homem estrangeiro que vai a América, perde todo o seu glamour, seu status, e precisa viver como uma pessoa comum. A única diferença é que “O Ditador” não usa o estilo documentário em sua narrativa, e sim, a linguagem padrão de um filme. Mas o esquema é praticamente o mesmo. 

Confesso que sou fã de “Borat” e “Bruno”, acima de tudo do primeiro que considero um clássico. Tanto o uso da linguagem de documentário, quanto das cenas não combinadas até chegar às severas críticas aos Estados Unidos, “Borat” é genial! A mesma coisa com “Bruno” que faz o mesmo em relação ao mundo da moda. Já aqui neste “O Ditador”, além de voltar a criticar os EUA, Cohen também alfineta os muçulmanos, sua cultura, a guerra entre os dois lados e por aí vai.


Entretanto, não sei se é porque minha expectativa estava tão alta para o filme, porém, não consegui me divertir da mesma maneira que nos trabalhos anteriores do ator. Aqui, ainda que tenha momentos criativos e alguns realmente hilários, como um todo, achei que Cohen neste “O Ditador” é vencido pela indústria Hollywoodiana de fazer comédias. Percebemos que ele não teve a mesma liberdade que nos anteriores, e muitas piadas foram bem amenizadas para talvez fisgar um público maior. Senti que o filme foi algo mais comercial do que necessariamente do próprio Cohen, que não está tão engraçado e genial como em seus outros filmes. 

Sem falar do ritmo ondulante que ora é lento demais e ora bem animado conseguindo empolgar. Por mais que as ideias fossem excelentes, Cohen se rende as imposições dos estúdios e faz um filme para faturar repetindo uma ideia que já deu certo.

Mas continuo interessado para ver qual será o seu próximo trabalho.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

O IMPOSSÍVEL

The Impossible/EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Juan Antonio Bayona

Sinopse: O casal Maria (Naomi Watts) e Henry (Ewan McGregor) está aproveitando as férias de inverno na Tailândia junto com os três filhos pequenos. Mas na manhã de 26 de dezembro de 2004, enquanto curtiam aquele paraíso após uma linda noite de Natal, um tsunami de proporções devastadoras atinge o local, arrastando tudo o que encontra pela frente. Separados em dois grupos, a mãe e o filho mais velho vão enfrentar situações desesperadoras para se manterem vivos, enquanto em algum outro lugar, o pai e as duas crianças menores não têm a menor ideia se os outros dois estão vivos. É quando eles começam a viver uma trágica lição de vida, movida pela esperança do reencontro e misturando os mais diversos sentimentos.


Ainda que baseado em uma história real, “O Impossível” é aquele drama que manipula suas emoções de tal modo que fica nítida a intenção do diretor Juan Antonio Bayona de fazer a plateia cair em prantos. Ele foca nos olhares iluminados dos personagens olhando para o horizonte e vai chegando bem devagarzinho com a câmera, e de fundo aquela trilha sentimental ecoando o som de “Chore! Chore!”, ou seja, é um dramalhão assumido em todos os sentidos. 

Entretanto, esse dramalhão nunca soa algo forçado ou falso e consegue com grande êxito nos levar para dentro da história e vivenciar a dor e desespero dos personagens. A construção do momento onde o tsunami invade a cidade é tão crível e emocionante que quando menos percebemos estamos desesperados torcendo pelos personagens. Do mesmo modo quando estes estão procurando pela família e nada parece favorecer para isto. Portanto, seja de tristeza ou de alegria, o dramalhão de “O Impossível” colabora para a eficiência do filme e de suas emoções. 


A produção também é um detalhe fenomenal. Os efeitos especiais estão magistrais e a recriação dos cenários apocalípticos deixados pelo tsunami é digna de nota, e foi injustamente esquecida pela Academia nas indicações técnicas do Oscar deste ano. 

A única indicação dada ao filme foi para Naomi Watts cuja interpretação é algo sublime, doloroso e angustiante. Mas também gostei bastante de Ewan McGregor que está sensível e tocante, mas é outro infelizmente sempre esnobado pelos votantes do Oscar. E surpreendendo é a atuação do garotinho estreante Tom Holland que mostra talento para segurar momentos dramáticos e um grande futuro pela frente, basta escolher os trabalhos certos e não embarcar no erro de muitos jovens atores.


O Impossível” é aquele filme que de vez em quando precisamos, ainda que exagerado, serve para nos fortalecer e dar graças a Deus por estarmos vivos. Em seu resumo, é um filme para se louvar a vida e agradecer por tê-la.

Por mais que comamos todos os dias file mignon, vão ter dias que vamos querer comer um hambúrguer, e “O Impossível” é justamente esse hambúrguer trazido na hora certa e de surpresa. Enfim, achei sensacional o filme.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

JACK REACHER - O ÚLTIMO TIRO

Jack Reacher/EUA
Ano: 2012 - Dirigido por: Christopher McQuarrie

Sinopse: Um crime brutal foi cometido contra cinco pessoas ao mesmo tempo e um atirador de elite, veterano de guerra, foi acusado pelos assassinatos sem muita chance de defesa. Durante o interrogatório, ele cita apenas o nome de Jack Reacher (Tom Cruise), um ex-combatente com inúmeras condecorações, dado como desaparecido para o governo e autoridades. Só que ele aparece do nada e resolve investigar por conta própria o tal mistério. Sua teoria é que existe uma ligação entre as mortes e o verdadeiro responsável tem outros interesses, procurando desviar a atenção. Só que Jack não desiste da verdade e tem um jeito especial de fazer a sua justiça, doa a quem doer.


Baseado no livro “One Shot” (ou Alerta Final) de Lee Child, “Jack Reacher – O Último Tiro” é aquele filme que investe todo o tempo em formar a imagem do herói, o homem invencível que dá conta de tudo e de todos. Algo meio oitentista bem comum nos clássicos filmes encabeçados por Schwarzenegger, Stallone, Bruce Willis e por aí vai. E com isso, este “Jack Reacher” segue essa mesma linha aproveitando toda a competência de Tom Cruise para a ação. 

A direção fica a cargo de Christopher McQuarrie. Estreante no posto, McQuarrie é roteirista e assinou o roteiro do excelente “Os Suspeitos”, de 1994, no entanto, caiu na irregularidade ao escrever filmes como “Operação Valquíria” e o detestável “O Turista”, obras estas que não causam impacto algum. Então, o fato de ser o diretor e também o roteirista aqui é de se preocupar, porém, surpreendentemente McQuarrie consegue criar um filme eficiente, mostra que sabe dirigir bem as cenas de ação e busca nesse clima oitentista apresentar um novo personagem ao cinema. 


Tom Cruise vem recuperando o seu prestigio após alguns anos de declarações infelizes e atitudes erradas. Depois do sucesso que foi o último “Missão Impossível”, Cruise vem reconquistando o gosto do público e neste “Jack Reacher” o astro esbanja carisma, agilidade e talento para prender a nossa atenção. 

Agora, “Jack Reacher” também não é de um todo perfeito. O filme tem os seus problemas e por mais que eu tenha gostado da direção de McQuarrie e da história em si, são erros notáveis. Se em dado momento McQuarrie acerta por causar dúvidas sobre quem é quem no filme, até mesmo se o próprio protagonista é realmente confiável, por outro lado essa qualidade logo é descartada quando tudo é rapidamente revelado caindo assim num desfecho bem clichê e bobo. E também se avaliarmos as atitudes e explicações para as atitudes dos vilões, veremos o quão desinteligentes estas são. 


Entretanto, o resultado final de “Jack Reacher – O Último Tiro” é a de um filme divertido, empolgante em seu desenrolar e que vale cada minuto. Esta longe de ser um dos melhores de Tom Cruise, mas ainda assim merece ser visto. Mesmo com deslizes, ao término me senti satisfeito e curioso para mais histórias desse Jack Reacher. Frases como “Só vai achar esse cara se ele quiser ser achado” e outras de efeito são bem frequentes no filme, e na construção da lenda, tanto Christopher McQuarrie quanto Tom Cruise fizeram um bom trabalho.

Nota: «««««

Comentário por Matheus C. Vilela

MINHA AVALIAÇÃO SOBRE A 70º GLOBO DE OURO - 2013

O Globo de Ouro vêm se mostrando a cada ano uma festa bem mais divertida que o próprio Oscar. Talvez por ser direto, sem enrolações ou momentos de apresentações, e, ainda que de vez e quando indique injustamente filmes como "O Turista", o Globo de Ouro é muito apreciado pelos atores, já que a premiação é votada por jornalistas estrangeiros que trabalham nos EUA, ou seja, críticos, diferente do Oscar que são pessoas que trabalham com cinema (produtores, atores, diretores e por aí vai). 

Equipe de "Argo" que ganhou como Melhor Filme Drama, Diretor e Roteiro 

A festa deste ano foi bem divertida e conseguiu embaralhar as apostas para o Oscar. Premiou justamente muita gente boa reconhecendo a qualidade de seus trabalhos. As apresentadoras Tina Fey e Amy Poehler começaram um tanto quanto sem graça, mas com o desenrolar do discurso e da festa foram melhorando mostrando que também pode ser engraçado sem precisar ofender as pessoas. 

Ben Affleck foi justamente reconhecido por “Argo” recebendo o prêmio de Melhor Diretor e posteriormente o filme ganhou o de Melhor Filme.

Ainda não assisti “O Lado Bom da Vida”, mas fiquei muito feliz pela vitória de Jennifer Lawrence, que está se transformando na estrela do momento sendo protagonista do novo hit do cinema a série “Jogos Vorazes”, mas não deixa de buscar trabalhos menores e além de uma estrela, Lawrence é uma baita atriz. 

Hugh Jackman vence Melhor Ator Comédia/Musical por "Os Miseráveis"

Também não vi “Os Miseráveis”, esses filmes vão chegar por agora aqui no Brasil, mas já esperava que o filme levasse tudo devido às ótimas críticas. E só pelo trailer já tinha certeza que Hugh Jachman (Melhor Ator Comédia e/ou Musical) e Anne Hathaway (Melhor Atriz Coadjuvante) seriam reconhecidos, e fico contente pois são dois ótimos atores que gosto muito. Se bem que estou super curioso para conferir Bradley Cooper em “O Lado Bom da Vida”, sua atuação tem arrancado inúmeros elogios. 

Na de Melhor Ator por Drama, Daniel Daw-Lewis faturou numa atuação que estão dizendo ser impossível de não premiar, portanto, Daniel pode ganhar o seu terceiro Oscar mês que vêm, e olha, seriam todos na categoria de Melhor Ator, nenhum como coadjuvante. 

Daniel Daw-Lewis vence Melhor Ator Drama por "Lincoln"

Na categoria de Melhor Ator Coadjuvante, Christopher Waltz ganhou o seu segundo Globo em mais um filme de Quentin Tarantino, que também ganhou o prêmio de Melhor Roteiro pelo seu "Django Livre". Esperava que Tommy Lee Jones fosse o vencedor, e acho que no Oscar Waltz, ainda que indicado, não leva. 

Melhor Trilha Sonora apostei em “As Aventuras de Pi” e assim se fez. A trilha de Mychael Danna é tocante e arrebatadora. E melhor canção também foi para quem eu esperava, Adele faturou por “Skyfall” do novo filme do 007. Não considero a melhor canção, porém, o sucesso todo que o filme e a música vêm fazendo era de se esperar, mas não reclamo pois “007 – Operação Skyfall” é um filmão e é bom ser premiado dessa maneira. 

Em Filme Estrangeiro, como já era esperado, o estupendo "Amor" de Michael Haneke foi o vencedor.

Anne Hathaway vence Melhor Atriz Coadjuvante por "Os Miseráveis"

Agora, a categoria mais decepcionante foi na de Melhor Animação. Os grandes favoritos “Detona Ralph” e “Frankenweenie” de Tim Burton perderam para “Valente” da Pixar, que mesmo sendo um bom filme, não chega nem aos pés dos anteriores nem do patamar Pixar, que já fez melhores do que este. Realmente uma injustiça que creio que será corrigida no Oscar. 

Em seriado/Tv Kevin Costner venceu pela minissérie “Hatfields and McCoys” e outros grandes atores foram justamente reconhecidos como a estupenda Maggie Smith em “Downtown Abbey” e Don Cheadle em “House of Lies”. Bem como Ed Harris e Julianne Moore no ótimo telefilme “Game Change”, que também faturou o de Melhor Minissérie ou Filme para TV. 

Jodie Foster foi homenageada com o prêmio Cecil B. DeMille

Portanto, foi uma premiação justa que tirando a categoria de Melhor Animação, não tenho nada o que reclamar. Tivemos um momento bem bacana de homenagem a Jodie Foster, esbanjando sua habitual simpatia e beleza e atores como George Clooney, Sacha Baron Cohen, Robert Downey Jr. e Will Farrell conseguiram animar ainda mais a festa com momentos bem divertidos. E o que falar de quando o ex-presidente Bill Clinton sobe ao palco para apresentar o filme “Lincoln” e é aplaudido de pé? Sensacional!

É isso! Até no Oscar!

Comentários por Matheus C. Vilela